Não
há gesto mais confortante que o abraço.
Não deveria ser chamado de abraço , uma vez que remete apenas ao entrelace dos braços.
Na verdade, abraçamos com o corpo e com a alma.
Não gosto de abraçar jogando o quadril para trás.
Gosto de abraçar tudo. Não gosto do abraço que pega pela cintura e levanta.
Prefiro aquele encaixe de corpos como se um quisesse preencher o outro. Gosto de abraços longos, lentos e apertados.
Gosto do abraço que sente a respiração e o coração. Gosto de abraços com sorrisos largos e olhos vibrantes. Também não gosto do abraço que agarra pelo meio ou pelo pescoço. Prefiro o abraço em que o braço direito de um cruza em baixo do ombro
esquerdo do outro e o esquerdo de um na parte superior do ombro direito do outro.
Gosto desse encaixe.
Gosto de aproveitar o tempo do abraço para sussurrar elogios. Gosto também de aproveitar o tempo do abraço para encher o outro de beijo. Gosto de abraçar e soltar. Aproveito o intervalo para olhar nos olhos e falar da alegria pelo reencontro.
Depois volto pro abraço. Costumo repetir esse gesto várias vezes.
É muito gostoso beijar e abraçar.
É uma delicia abraçar por detrás, de lado ou de frente.
Evaristo Magalhães
imagem _ Michael Parker _