A _ cor _ dar , é preciso !
domingo, novembro 26, 2017
Côr de . . . parte
Varre
a casa a casa , tira algumas teias de aranha , adormece os dragões .
Depois . . .
deixa as portas e janelas abertas ,
e
parte .
Descobre novos caminhos ,
ou,
transforma -te num deles , se possível ,
mesmo sabendo que o mundo continua a ser um lugar austero .
imagem _ Ulla Blomquist _
quarta-feira, novembro 22, 2017
Côr de desamor
Desmama-te desanca-te desbunda-te
Não se pode morar nos olhos de um gato
Beija embainha grunhe geme
Não se pode morar nos olhos de um gato
Serve-te serve sorve lambe trinca
Não se pode morar nos olhos de um gato
Queixa-te coxa-te desnalga-te desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arfa arqueja moleja aleija
Não se pode morar nos olhos de um gato
Ferra marca dispara enodoa
Não se pode morar nos olhos de um gato
Faz festa protesta desembesta
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arranha arrepanha apanha espanca
Não se pode morar nos olhos de um gato
Alexande O'Neill [ poema Desamor ]
imagem _ Luís Filipe Gomes
Nós , como gatos . . .
Etiquetas:
Alexandre O'Neill .Desamor .
segunda-feira, novembro 20, 2017
sábado, novembro 18, 2017
Côr de olhos de um gato
Queixa-te , coxa-te , desnalga-te , desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato .
Alexandre O'Neill _ Poema do desamor [ Pequeníssimo extracto ] _
imagem _ Werner Bischof _
Não se pode morar nos olhos de um gato ?!
Claro
que podes , desde que possuas uma alma macia carregada de
sonhos e mistérios ,
e
em ti tenha feito ninho , o precioso dom da independência e liberdade .
Etiquetas:
Alexandre O'Neill . Coisitas minhas .
sexta-feira, novembro 17, 2017
domingo, novembro 12, 2017
Côr de como se faz ?
Como se faz ?
Quando alguém se vai embora de repente , como é que se faz para ficar ?
Quando alguém morre , quando alguém se separa .
Como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá
não está ?
As pessoas têm de morrer . Os amores de acabar.
Sim, mas como se faz ? Como se esquece ?
Devagar.
É preciso esquecer devagar.
Se uma pessoa tenta esquecer de repente , a outra pode ficar para sempre.
Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-la.
A saudade é uma dor que só passa depois de devidamente doída, devidamente honrada .
O esquecimento não tem arte.
Para esquecer é preciso deixar correr o coração , de lembrança em lembrança ,
na esperança de ele se cansar.
Miguel Esteves Cardoso _ frases " surripiadas " de Ultimo Volume _ imagem _Irena Komadinie _ |
sábado, novembro 11, 2017
Côr de aniversário Teu .
Mãe
o nó cego que deste com as tuas mãos e as minhas está cada vez mais apertado .
Momentos há que as confundo .
Mas apenas por um lapso de segundo .
É
que nas minhas falta o teu impulso e arrojo .
É isso Mãe ... continuas a faltar - me . . . o impulso . !
sexta-feira, novembro 10, 2017
quinta-feira, novembro 09, 2017
Côr de com todas as minhas forças
Se
um dia caíres , tentarei , com toas as minhas forças ,
levantar - te .
Caso não consiga . . .
deitar -me - ei a teu lado .
imagem _ Diane Desmarais _
segunda-feira, novembro 06, 2017
Côr de anginho inocente .
Eu
também fui menino , um "anjinho inocente ".
Na escola , a mestra ensinou -nos que Balboa ,
o conquistador espanhol , tinha avistado no alto
de um cume do Panamá , de um lado , o Oceano
Pacífico e , do outro , o Atlântico .
Foi ele , disse a mestra , o primeiro homem a
ver esses dois mares ao mesmo tempo .
Eu levantei a mão . . .
_ Senhora professora , senhora professora ?
E perguntei ...
_ Os índios eram cegos ?
Foi a primeira expulsão na minha vida .
Eduardo Galeano _ O caçador de histórias _
imagem _Artur Rimbaud _
Quando ,
cá , frequentei o liceu , também , provei o mesmo resultado , quando apenas
" pensava alto " .
quinta-feira, novembro 02, 2017
Côr de a busca da justiça continua
O
primeiro tema da reflexão grega é a justiça .
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta . . . fazer frente .
Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método oblíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos .
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro .
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua .
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro
no instante em que morreste .
E a busca da justiça continua .
Sofia de Mello B . Andresen .
imagem _ net _
Subscrever:
Mensagens (Atom)